28 fevereiro 2012

Manuel Bandeira – Dentro da Noite

Dentro da noite a vida canta


E esgarça névoas ao luar...

Fosco minguante o vale encanta.

Morreu pecando alguma santa...

A água não pára de chorar.


Há um amavio esparso no ar...

Donde virá ternura tanta?...

Paira um sossego singular

Dentro da noite...


Sinto no meu violão vibrar

A alma penada de uma infanta

Que definhou do mal de amar...


Ouve... Dir-se-ia uma garganta

Súplice, triste, a soluçar

Dentro da noite...


Manuel Bandeira



Nenhum comentário:

Postar um comentário