07 julho 2011

Álvares de Azevedo - Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!

Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia

Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto...

E minh’alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo

A estrela de meus cândidos amores,

Já que não levo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!

Álvares de Azevedo

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