28 novembro 2012
26 novembro 2012
Lya Luft - Perder Ganhar
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Com as perdas, só há um
jeito:
perdê-las. Com os ganhos, o proveito é saborear cada um como uma fruta boa da estação. A vida, como um pensamento, corre à frente dos relógios. O ritmo das águas indica o roteiro e me oferece um papel: abrir o coração como uma vela ao vento, ou pagar sempre a conta já vencida.
Lya Luft
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25 novembro 2012
Lya Luft – Ter Um Colo
Ter um colo para os desamados,
os lúcidos, terríveis loucos,
que varam as noites rasgando a alma
e sentindo na boca o gosto do próprio sangue:
mas não posso.
Um me escreve cartas lancinantes,
outro quer se matar, outro ainda
ficou cego de amor e já não pode viver.
Fico diante da lareira toda a noite
olhando o fogo que não devora o mundo.
O amor, todo o amor, no fundo
é cinza.
os lúcidos, terríveis loucos,
que varam as noites rasgando a alma
e sentindo na boca o gosto do próprio sangue:
mas não posso.
Um me escreve cartas lancinantes,
outro quer se matar, outro ainda
ficou cego de amor e já não pode viver.
Fico diante da lareira toda a noite
olhando o fogo que não devora o mundo.
O amor, todo o amor, no fundo
é cinza.
Lya Luft
Boa noite!
20 novembro 2012
Sophia de Mello Breyner Andresen - Nunca mais [1]
Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.
Sophia de Mello Breyner Andresen
19 novembro 2012
Pablo Neruda
“Você é livre para
Fazer suas escolhas,
Mais é
prisioneiro
Das consequências.”
Pablo
Neruda
Boa noite!
16 novembro 2012
Sarah Westphal - Quase
É o quase que me incomoda, que me
entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase
passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam
pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do
papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a
escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na
distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos
"Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até
pra ser feliz. A paixão queima, o amor
enlouquece, o desejo trai. Talvez esses
fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas
não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os
dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige
nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as
estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos
somente paciência, porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é
desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros
erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De
nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor
não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina
acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie
do destino e acredite em você. Gaste
mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que
esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já
morreu."
Sarah Westphal
Boa noite !
Sarah Westphal
Boa noite !
14 novembro 2012
13 novembro 2012
Osho
Procurando, buscando, investigando...
...você
está em sério perigo!
A qualquer momento pode estar amando,
A qualquer momento pode estar amando,
rindo, curtindo...
- Você pode acidentalmente encontrar Deus.
- Você pode acidentalmente encontrar Deus.
Osho
Boa noite!
12 novembro 2012
Osho
" O rio passa ao lado de uma árvore,
cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água... e vai em frente, dançando. Ele não se
prende à árvore. A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda
gratidão, e o rio segue em frente. O vento chega, dança ao redor da árvore e
segue em frente. E a árvore empresta o seu perfume ao vento... Se a humanidade
crescesse, amadurecesse, essa seria a maneira de amar. "
Osho
Boa noite!
07 novembro 2012
03 novembro 2012
Olavo Bilac - Poesia para criança
A borboleta
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
"É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala."
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: "Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê com treme assustada...
Vê como treme de medo...
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?"
Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta à borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
"Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima cresceste
De tua mãe adorada...
Que cada um cumpra sua sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida! "
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
"É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala."
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: "Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê com treme assustada...
Vê como treme de medo...
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?"
Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta à borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
"Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima cresceste
De tua mãe adorada...
Que cada um cumpra sua sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida! "
Olavo
Bilac
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