Vício
Tu nunca bates no meu pensamento à hora de entrar.
Chegas de repente, invades tudo, e é impossível te expulsar
por que então já sou eu que te procuro.
Tu nunca bates no meu pensamento à hora de entrar.
Chegas de repente, invades tudo, e é impossível te expulsar
por que então já sou eu que te procuro.
Não escolhes momento.
É na hora séria ou na hora triste,
na hora romântica, ou na hora de tédio
por mais que me encontres fechado em mim mesmo
entras pelo pensamento, - clara fresta, vulnerável
às lembranças do teu desejo.
É na hora séria ou na hora triste,
na hora romântica, ou na hora de tédio
por mais que me encontres fechado em mim mesmo
entras pelo pensamento, - clara fresta, vulnerável
às lembranças do teu desejo.
E quando chegas assim, estremeço até regiões ignoradas
me levanto, e saio sonâmbulo, a te buscar
a caminhar a esmo...
me levanto, e saio sonâmbulo, a te buscar
a caminhar a esmo...
Chegas - como uma crise a um asmático, - e então
preciso de ti como preciso de ar,
e tenho a impressão de que se não te alcanço, se não te encontro,
vou morrer, miserável, como um transeunte nas ruas,
antes que o socorro chegue para salvá-lo...
alcançar-te é um suplício...
preciso de ti como preciso de ar,
e tenho a impressão de que se não te alcanço, se não te encontro,
vou morrer, miserável, como um transeunte nas ruas,
antes que o socorro chegue para salvá-lo...
alcançar-te é um suplício...
Teu amor para mim - é humilhante a confissão
-Depois que consegues atingir meu pensamento
tua posse é uma obsessão,
não é amor, é vício...
-Depois que consegues atingir meu pensamento
tua posse é uma obsessão,
não é amor, é vício...
Poema de: J. G. de Araujo Jorge
do livro "Harpa Submersa"
do livro "Harpa Submersa"
( 1952)
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