![só-2.jpg](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRV4wz6M1f5KVEpM63mHbOQmQOsKfWtKPIQb600ikXgMKDXJx3Ms54ywCk9y_Oq07cwy4rMncf1t3gBkNO97wXrUoj1I-oWnzG-RuFacCUPg-a-jF6NVcCs39mX_casBQEJ4Roon_4BWC9/w138-h140-p/s%25C3%25B3-2.jpg)
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...
Florbela Espanca (in "Livro de Sóror Saudade")