Boa noite!
Ðiana®
tu não és meu amor porque vens falar comigo com voz desonesta de homem de fácil repertório tu não és meu amor porque tens o medo masculino da noite e queres me salvar tu não és meu amor porque como homem não compreendes meus sorrisos subterrâneo tu não és meu amor porque terias pavor do monstro de ferro a passar sobre ti no meio da noite eu durmo e o trem passa por mim porque o espaço é suficiente e minha noite é feita de feitiços se acreditares em mim posso te amar se me amares posso delicadamente te matar se morrermos, podemos viver, amor meu talvez em casa grande ou pequena em paragens verdes ou de cores outras mas é necessária a primeira coragem e o risco é tão simples: basta deitar basta um pouco de repouso pra seres meu amor se fosses um pouco mulher, não rias, só um pouco sem perder músculos e pelos sem perder teu rijo fascínio sem perder, só ganhar sem ganhar, só perder vem, amor meu e me cobre viril, feito reprodutor de raça pra depois descansar tua natureza tão igual a de um touro, ou de uma menina ainda não desenhada vem, amor meu e dorme comigo feito irmão como um santo pra podermos sonhar profundamente e deixar que o trem passe feroz sobre nós enquanto dormimos abraçados abraçados feito dois anjos para depois do trem acordamos como faunos, como felinos como homem e mulher vem, amor meu o risco é o repouso e se quiseres eu posso te amar Antonio Calloni | |